Em seus braços eu parecia uma dramática do Tango.
Em toda e qualquer gafieira.
Fui para dar um bote no filho, colega de faculdade, pedindo uma fita cassete dos Mutantes.
E ele roubou meu coração.
Veio com Lígia, uma carioca incrível, fora de qualquer padrão mineiro de montanha que consome.
Lígia carioca, mãe aos 40, prima do Ezequiel Neves – o cara que descobriu Cazuza.
Quantas vezes fiz um DDI só para ouvir a mensagem louca e escrachada do Ezequiel na secretária eletrônica…
As melhores festas.
Os melhores pós-Natal.
Tudo o que era ilicitamente de família.
Os namorados.
As fotos.
Os papos-cabeça de quem tem vinte.
As bebedeiras intermináveis.
Em casa de Armando nunca faltou bom uísque e um tiragosto para deixar qualquer boteco com inveja.
Armandinho nunca foi um namorado.
Um comparsa no crime.
Uisques enxugados.
Vodkas sem fim.
Armandão dando força para toda e qualquer maluquice.
Passaram-se 20 anos.
Vieram filhos, novos namorados, casamentos, separações.
Armando sempre com uma cabeleira bonita.
Um sorriso enorme.
Um novo boteco.
Causos.
Armando que foi a minha formatura, com quem dancei a noite toda.
Armando em meu casamento.
Em minha festa de despedida.
Armando em batizado.
Armando em separação.
Armando e meu Imposto de Renda.
Armando.
Só agora que me dói fundo a falta é que me dei conta.
Eu não sei dançar.

Ana, parabéns. Texto inspirado.
Credite ao muso.
Lindo Anita.. Adorei… uma linda homenagem, ótimas lembranças de um tempo muito feliz. Um beijo do seu irmão.
Tempo feliz e quem viveu sabia que era feliz.
Trabalhei com o Armando de 94 a 97 na contabilidade! Pessoa boníssima tive a satisfação de conhecer a fazenda Santa Terezinha na região de Pirapora MG conheci o amigão Nelson Madalena e muitas outras pessoas boas por intermédio dele, pena que não da pra dizer tudo aqui! É! Assim a vida vai seguindo! Saudades desses bons tempos